Frente de Mar

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Ano
2012
Project Team

Ricardo Vieira de Melo; Cristina Marques; Ricardo Senos; Ânia Abrantes; Rosário Fino; Regina Santos; Raquel Bernardino; João Briosa; Eduardo Mota; Daniela Santos; Nuno Marques

Contractor
City of Figueira da Foz

Building area
123.160 m2

Intervention area
474.600 m2 – 47,4 ha

Paisagem e memória - Reencontro e Futuro

O espaço de intervenção previsto para o concurso é essencialmente um território da natureza, uma fronteira entre a cidade e o mar. É um lugar limite, um espaço de reencontro da cidade com o espaço não construído, não material. Pode ser, por isso, um espaço miscigenado, múltiplo, polivalente. Como conseguir isso tudo, desenhando “paisagem natural”? E, simultaneamente, obter um espaço apetecível e acolhedor que consiga proteger a marginal dos ventos dominantes?

Natureza, Proximidade e Energia

O projeto para a Praia e Frente de Mar da Figueira da Foz e Buarcos resume-se a um conceito bastante conciso que se materializa em quatro gestos:

- criação de um sistema dunar que permita a fixação de espécies vegetais e animais com vista ao aparecimento de um parque urbano de frente de mar, designado Parque Atlântico; definindo um criação de um filtro verde que permita a criação de um espaço de transição e proteção entre o espaço urbano e o espaço de praia.

- definição de um novo sistema acessos pedonais e automóveis à praia que permitam simultaneamente a descompressão da avenida e permitam a identificação distintiva de cada zona; Propõe-se um substancial reforço da oferta de estacionamento, pela criação de um parque semi-subterrâneo com capacidade para 445 automóveis no troço sul da avenida e mais lugares na nova “Marginal Mar”.

- introdução de um conjunto de valências de recreio ao longo do novo Parque Atlântico, que funcionem como aglutinadores da população e lugares de procura por parte de visitantes.

- utilização de sistemas construtivos e energéticos que garantam simultaneamente a produção e a conservação da energia. Todos os equipamentos e apoios de praia, bem como os passadiços tirarão partido da energia solar e eólica, caracterizando este novo espaço da cidade como um “HUB” energético.

A Sul da Área de Intervenção um conjunto de programas mais urbanos, que complementam a cidade consolidada, com a introdução de uma Piscina Atlântica e um espaço multifuncional, denominado de Anel d’Artes. Servindo estes dois equipamentos de maiores dimensões, a proposta apresenta um novo perfil da Avenida, com a duplicação da via e alargamento do passeio, pela construção de um Parque de Estacionamento semienterrado com capacidade para 445 automóveis.

A Piscina surge como remate à marginal sobre-elevada, e define uma “bolha” pétrea que faz a transição do espaço urbano para o novo espaço natural. Constrói-se integralmente na cota baixa e propõe um tanque de competição de 25 metros e outro mais pequeno de mergulho. Completa o seu programa com um espaço de Talassoterapia que se volta ao novo Porto de Abrigo Oceânico, e um ginásio. No exterior oferece uma piscina de água salgada.

O Anel d’Artes pretende ser o espaço de reunião por excelência. Poderá receber espetáculos de música, feiras sazonais, campeonatos desportivos como vólei ou futebol de praia ou outras atividades culturais e recreativas. A construção está também preparada para uso em condições atmosféricas menos confortáveis, podendo-se encerrar totalmente, recorrendo a telas motorizadas de PVC que envolvem a sua periferia e cobertura.

O Parque de Estacionamento permite também a construção, à cota baixa, de espaços de apoio, restauração e bebidas. Será neste piso que se instalarão também balneários e espaços de arrumos para a manutenção do Parque. A ligação de cotas fica assegurada pelos elevadores e escadas cobertas.

Para norte a solução vai apontando zonas mais libertas e de uso preferencialmente ao ar livre. Ao longo do Parque surgirão equipamentos infantis e juvenis. Um parque para crianças e um Parque para Jovens, bem como um Skate Park. O espaço natural pontua a zona norte da intervenção com a presença do Jardim do Teatro e do Jardim das Areias. O primeiro surgirá da requalificação do espaço fronteiro ao Largo das Caras Direitas e o segundo como centro de interpretação da flora autóctone da costa portuguesa.

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